Atualmente, os acidentes e desastres são um dos temas mais importantes enfrentados pela humanidade. O treinamento é um elemento essencial em situações de desastre, e o ensino a distância é um método apropriado para a educação em qualquer lugar e a qualquer momento. O objetivo deste estudo é determinar os métodos de ensino a distância na preparação para desastres. Este estudo foi realizado com base na seguinte pergunta: “Que tipos de métodos de ensino a distância podem ser utilizados na preparação para desastres?”. Neste estudo, foram extraídos todos os artigos publicados em inglês, sem limite de tempo, até dezembro de 2021, por meio de buscas nas bases PubMed, Scopus, Google Scholar, ISI WOS (Web of Science) e Embase. A busca primária utilizou os termos “ensino a distância”, “desastre” e seus termos MeSH. A avaliação da qualidade foi realizada com o uso do CASP. As informações extraídas dos artigos incluíram o período do estudo, a população estudada, os métodos de ensino eletrônico e o tipo de desastre ou emergência. Com base na busca, foram identificados 46 estudos realizados entre 2002 e 2021. O grupo-alvo mais estudado foram os profissionais de saúde, e o conteúdo dos cursos esteve relacionado à preparação para desastres, incluindo desastres biológicos. Em relação aos métodos de ensino eletrônico, o mais utilizado foi a “simulação”. Em momentos de desastre, incluindo pandemias, a interrupção da educação pode ser prolongada e exigir períodos sobrepostos de resposta e recuperação. A educação virtual durante um desastre pode ser rejeitada ou aceita por indivíduos ou grupos, com base em questões culturais, ideológicas ou preconceituosas. O ensino a distância pode ser utilizado como uma ferramenta eficaz na educação sobre desastres nas diferentes fases do ciclo do desastre, dependendo das instalações e infraestrutura disponíveis.
Bosak J, Dolezal L, Cerny M, Vevoda J, Vachutka J, Sevcik P. Disaster medicine education in Europe: A scoping review. Front Public Health. 2023;11:1102264. doi:10.3389/fpubh.2023.1102264
García Dieguez M. Comentário sobre a Aprendizagem em Ambientes Virtuais e seu Impacto na Aprendizagem de Adultos [Internet]. Organização Pan-Americana da Saúde. Repositório Bibliográfico. Citado em: 24/05/2025. Disponível em: https://campus.paho.org/pt-br/repo/metodos-ensino-distancia-aplicados-preparacao-desastres-revisao-sistematica
García Dieguez M.
CEEProS Universidad Nacional del Sur
Este artigo é particularmente relevante para educadores e tomadores de decisão interessados em fortalecer a preparação dos profissionais de saúde para emergências e desastres. Esta revisão sistemática analisa o estado atual da educação em medicina de desastres na Europa, um tema cada vez mais importante diante da intensificação de desastres naturais, conflitos armados e crises sanitárias por doenças infecciosas emergentes. O valor do artigo está em sintetizar brevemente as abordagens pedagógicas, a distribuição curricular e em estimular a reflexão sobre a necessidade de estabelecer padrões educacionais e marcos comuns de competências nesta área.
O estudo identificou 36 artigos publicados entre 2002 e 2022, que evidenciam uma grande heterogeneidade na formação em medicina de desastres na Europa. Na maioria dos casos, a formação é implementada de forma ad-hoc, como cursos isolados ou atividades extracurriculares, sem uma integração sistemática nos programas de graduação ou pós-graduação. Observa-se a ausência de critérios comuns quanto a objetivos de aprendizagem, conteúdos essenciais e avaliação de competências.
A revisão aponta que este tema está amplamente invisível nos currículos de graduação, apesar do reconhecimento generalizado de sua importância. Também destaca que grande parte das intervenções educacionais não passou por processos rigorosos de avaliação nem foi publicada com detalhes metodológicos suficientes, o que limita sua reprodutibilidade e seu potencial para orientar políticas educacionais.
É importante destacar que, embora o artigo tenha explorado os sites de instituições relevantes para o tema — o que fortalece sua abrangência —, ele se limita a experiências europeias publicadas em inglês, o que exclui todas as iniciativas da América Latina e da Espanha.
- Oferece exemplos de boas práticas que podem ser adaptadas a diferentes contextos institucionais.
- Aponta a necessidade de capacitação interdisciplinar ou interprofissional e de programas com adaptação local e perspectiva global.
- Reforça a importância de incluir componentes práticos e simulações no processo de aprendizagem.
- Ressalta a necessidade de incorporar a avaliação de programas nas propostas educacionais.
- Propõe a construção de marcos comuns de competências na área.
- Pode servir como base para o desenvolvimento de projetos interinstitucionais ou regionais de formação em resposta a emergências.