A vigilância é uma função essencial da saúde pública, fornecendo dados cruciais para monitorar a carga das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), medir os fatores de risco e os determinantes sociais da saúde, além de avaliar intervenções específicas. Ela possibilita a implementação de políticas baseadas em evidências, orienta estratégias de prevenção, controle e manejo das doenças e desempenha um papel central na avaliação das intervenções. A vigilância também promove a alocação eficiente de recursos e fortalece a capacidade do sistema de saúde.
Entre as ferramentas de vigilância das DCNTs, as pesquisas telefônicas representam um método valioso para a coleta de dados de forma eficiente e econômica. Sua flexibilidade permite implementação rápida e adaptação às necessidades específicas de cada país, o que as torna fundamentais para uma vigilância contínua. Em situações de crise de saúde pública, os dados oportunos provenientes dessas pesquisas podem ser cruciais para permitir respostas rápidas, especialmente na avaliação da qualidade da atenção às DCNTs.
O uso de pesquisas telefônicas para monitorar fatores de risco de DCNTs tem sido bem-sucedido e operacional nas Américas há mais de duas décadas — como no Brasil, com a pesquisa Vigitel, e nos Estados Unidos, com o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco Comportamentais (BRFSS). Inicialmente desenvolvidas para monitorar tendências nos fatores de risco, essas pesquisas evoluíram, ampliando seu escopo e se adaptando às necessidades específicas de dados para embasar decisões políticas e orientar intervenções.
A OPAS/OMS lançou, em 2020, a iniciativa de Pesquisa Rápida por Telefone Celular (RaMPS), como ferramenta complementar à vigilância de DCNTs, voltada à medição de políticas e intervenções em nível populacional. A RaMPS tem potencial para fornecer dados oportunos e confiáveis sobre a implementação dos Melhores Investimentos para DCNTs, apoiando os processos legislativos nacionais com dados sobre comportamentos, conhecimentos, atitudes e práticas da população relacionados à exposição a fatores de risco e medidas de proteção. A ferramenta também auxilia na avaliação das barreiras ao acesso aos serviços de saúde, da qualidade da atenção e pode oferecer dados críticos durante crises de saúde pública. Atualmente, oito países das Américas (Antígua e Barbuda, Belize, Bolívia, Honduras, Paraguai, Santa Lúcia, Suriname e Uruguai) implementaram a RaMPS pelo menos uma vez.
À medida que os países fortalecem sua capacidade de vigilância das DCNTs, as pesquisas telefônicas oferecem uma abordagem escalável e adaptável para gerar dados oportunos e relevantes para políticas públicas, impulsionando ações efetivas de saúde pública em toda a Região das Américas.
- Destacar o papel da vigilância como função essencial da saúde pública que orienta a resposta dos sistemas de saúde frente à carga das DCNTs.
- Apresentar o uso de pesquisas telefônicas como uma ferramenta flexível e essencial para monitorar o acesso ao cuidado das DCNTs e a resposta do sistema de saúde.
- Compartilhar lições aprendidas a partir das experiências do Brasil (Vigitel) e do Uruguai (RaMPS) na implementação de sistemas de vigilância telefônica e no uso dos dados para subsidiar a tomada de decisões.
- Discutir ações políticas para integrar ferramentas rápidas e flexíveis, como as pesquisas telefônicas, a um sistema abrangente de vigilância das DCNTs.
A sessão é dirigida principalmente a pontos focais dos Ministérios da Saúde (de DCNTs, saúde mental, estatísticas em saúde, epidemiologia, vigilância, planejamento e avaliação) e representantes de entidades subnacionais de saúde dos países e territórios das Américas.
Ministry of Health NCD focal points; mental health focal points; professionals working on health statistics, epidemiology, surveillance, planning and evaluation; representatives from subnational level health entities from countries of the Americas. Também pode ser útil para representantes da sociedade civil, academia e agências interessadas na vigilância e monitoramento das DCNTs e seus fatores de risco.
- Palavras de abertura.
- Preparando o cenário: Por que são necessárias ferramentas flexíveis e oportunas para medir as DCNTs?
- Palestra principal: Monitorando o acesso a cuidados de qualidade para DCNTs.
- Vigitel: duas décadas de monitoramento de fatores de risco para DCNTs e adaptação às necessidades de dados do Brasil.
- RaMPS no Uruguai: medindo a implementação de políticas de rotulagem frontal em nível populacional.
- Perguntas e respostas.
- Encerramento.
Moderadora: Silvana Luciani, Chefe da Unidade de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, Violência e Prevenção de Traumatismos, OPAS
Jarbas Barbosa da Silva Jr., Diretor, OPAS/OMS
Roberta Caixeta, , Assessora de Vigilância, Prevenção e Controle das DCNTs, OPAS/OMS
Tom Frieden, Presidente e CEO, Resolve to Save Lives
Letícia de Oliveira Cardoso, Diretora da DAENT/SVSA, Ministério da Saúde do Brasil
Ximena Moratorio, Coordenadora do Programa Nacional de Nutrição, Ministério da Saúde Pública do Uruguai
Jimena Heinzen, Coordenadora do Programa Nacional de Prevenção de DCNTs, Ministério da Saúde Pública do Uruguai
Anselm Hennis, Diretor, Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental, OPAS