Data: 
Sexta-feira, Maio 6, 2022
Hora: 
10:00 a.m. - 12:00 p.m. (EDT)
Descrição: 

A pandemia da COVID-19 teve um impacto considerável na saúde, na vida e na subsistência na Região das Américas e provocou uma crise social e econômica caracterizada pelo desemprego em massa, o empobrecimento e a exacerbação das desigualdades de longa data. Também expôs o subinvestimento crônico em recursos humanos para a saúde e a falta de sistemas de informação sobre a distribuição, a composição e as características das equipes de saúde interprofissionais. Com a expansão da capacidade dos sistemas de saúde, os países encontraram dificuldades para recrutar, empregar, proteger e reter profissionais de saúde, incluindo apoio psicossocial para o pessoal da linha de frente (1).
Em 2021, a OMS aprovou o documento Orientações estratégicas para enfermagem e obstetrícia 2021-2025, compreendendo quatro áreas de interesse político: educação, emprego, liderança e prestação de serviços (1). Suas recomendações incluem: 1) treinar número suficiente de profissionais de enfermagem e obstetrícia com competências para atender às necessidades de saúde da população; 2) criar empregos e gerenciar a migração, recrutamento e retenção desses profissionais onde eles são mais necessários; 3) fortalecer a liderança de enfermagem e obstetrícia nos sistemas de saúde e acadêmicos; e 4) garantir que esses profissionais sejam apoiados, respeitados, protegidos, motivados e tenham condições para contribuir de forma segura e otimizada em seus ambientes de prestação de serviços (2).
Na Região das Américas, enfermeiras e parteiras desempenham um papel essencial na obtenção de resultados de saúde devido a sua experiência, tamanho da força de trabalho e seu alcance em áreas remotas, populações vulneráveis e grupos minoritários. No entanto, desafios como escassez principalmente em áreas remotas, migração contínua e crescente, condições de trabalho inseguras e indignas, salários não competitivos e falta de conformidade ou regulamentação profissional persistem.
A pandemia COVID-19 ampliou a escassez de enfermeiros e fez com que os países a implementassem medidas de emergência para aumentar a força de trabalho dos serviços de saúde em todos os países da Região das Américas. Os dados mostram que cerca de 4% dos trabalhadores deixarão a profissão como resultado da pandemia. A migração e a retenção de profissionais tem sido impactada devido a doenças físicas e mentais dos profissionais, jornadas de trabalho excessivas e, excesso de pacientes, burnout e exaustão (3).
Entre as lições aprendidas está a mudança essencial de um foco em enfermeiras que individualmente têm que "lidar" e "ser resistentes" para um foco em que empregadores e organizações assumam a responsabilidade de criar e manter condições de trabalho adequadas e dimensionamento adequado de profissionais (3).
Um aumento robusto e sustentável no investimento na educação, na prática e na regulamentação dos profissionais de enfermagem garantirá um melhor preparo dos serviços de saúde no caso de novas pandemias, e pode mudar o futuro da atenção à saúde. Os enfermeiros desempenham um papel de liderança no gerenciamento da pandemia da COVID-19, nos esforços de vacinação da população, e há uma oportunidade urgente de traduzir o reconhecimento em um apoio real e sustentado.
A liderança dos enfermeiros deve ser reconhecida. "Nove em cada dez enfermeiras são mulheres, mas apenas um quarto dos cargos executivos nos hospitais são ocupados por mulheres", afirmou a diretora da OPAS no editorial "COVID-19 has revealed a pandemic of inequality" (4).
Uma publicação recente da OMS e da OPAS destaca que as lições aprendidas durante a pandemia contribuem para fornecer evidências e alinhar prioridades e objetivos de políticas em torno da proteção e cuidado dos recursos humanos para a saúde (RHS) em toda a Região, e enfatiza a necessidade de melhorar o investimento em RHS como estratégia prioritária para fortalecer a resiliência dos sistemas de saúde, garantindo sua continuidade, funcionamento adequado, com acesso e cobertura para toda a população (5).
Em comemoração ao Dia Internacional dos Enfermeiros, a OPAS faz um novo chamado para fortalecer coletivamente a força de trabalho de enfermagem por meio de investimentos sustentáveis em educação, empregos, liderança, regulação profissional e condições de trabalho. Este também é o tema da Campanha do Conselho Internacional de Enfermeiros de 2022: "Investir na Enfermagem e Respeitar os Direitos para Garantir a Saúde Global".

Referências
1. .Organización Panamericana de la Salud. Estratégia para el establecimiento de sistemas de salud resilientes y la recuperación en la etapa posterior a la pandemia de Covid-19 a fin de mantener Y proteger los logros de la salud pública [Internet]. 168.Sesion del Comité Ejectuvo de la OPS; del 21 al 25 de junio del 2021; Washington, D.C. Washington, D.C.: OPS; 2021 (documento CEI 168/15) Disponible en: (https://www.paho.org/es/documentos/ce16815-estrategia-para-establecimien...)
2. World Health Organization. Global strategic directions for nursing and midwifery 2021-2025. Geneva, 2021 (https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/344562/9789240033863-en...).
3. International Centre on Nurse Migration (ICN-GCFNS). The Global Nursing Workforce and the COVID-19 pandemic (Buchan J, Catton H, Shaffer F, eds.). Philadelphia, ICNM, 2022 (https://www.icn.ch/system/files/2022-01/Sustain and Retain in 2022 and Beyond- The global nursing workforce and the COVID-19 pandemic.pdf).
4. Etienne CF. COVID-19 has revealed a pandemic of inequality. Nature Medicine, 2022, 28(1):17–17. (https://www.nature.com/articles/s41591-021-01596-z).
5. Organización Mundial de la Salud. Impacto de la COVID-19 en los recursos humanos para la salud y respuesta de política: el caso del Estado Plurinacional de Bolivia, Chile, Colombia, Ecuador y el Perú: síntesis de hallazgos en cinco países de América Latina Síntesis de hallazgos en cinco países de America Latina. Genebra, OMS, 2021 (https://www.who.int/es/publications/i/item/9789240039001).

Objetivo(s) da reunião: 

Fazer um chamado para a importância de investir em enfermagem: educação, trabalho, regulação e prática.

Breve síntese dos tópicos: 

Investimento na força de trabalho de enfermagem
A importância estratégica do investimento em profissionais de enfermagem na Região das Américas
Experiência dos países: 

  • Canadá
  • Brasil
  • Jamaica
     
Palestrantes. Breve síntese curricular: 

Silvia Cassiani, Assessora de Enfermagem e Técnicos de Saúde, OPAS/OMS 
Jarbas Barbosa, Vice-diretor, OPAS/OMS 
James Fitzgerald, Diretor do Departamento de Sistemas e Serviços de Saúde, OPAS/OMS 
Nancy R. Reynolds, Professora e Reitora Associada de Assuntos Globais, Escola de Enfermagem da Universidade Johns Hopkins, Centro Colaborador da OPAS/OMS para a Gestão e o intercâmbio de conhecimento em enfermagem, EUA 
Gail Tomblin Murphy, Vice-presidente de Pesquisa, Inovação e Descoberta e Chefe Executiva de Enfermagem, Nova Escócia Saúde 
Sonia Acioli, Presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) 
Patricia Ingram Martin, Diretora de Enfermagem, Ministério da Saúde e Bem-Estar 

Palavras chaves: 
Enfermeiras e Enfermeiros; Recursos Humanos de Enfermagem; Sistemas de Saúde.
Acesso de gravação: